Feira do Conhecimento

terça-feira, 25 de julho de 2017

A barbárie cada vez mais perto...

A reação diante do assassinato do carroceiro risca um limite no país sem limites...


Essa é a chamada para um artigo escrito no Jornal El Pais sobre a reação da população da região de Pinheiros em São Paulo diante do assassinato de um carroceiro por policiais militares.

Padre Júlio Lancelotti, abençoa a carroça de Ricardo Nascimento, foto de Lilo Clareto, postada no artigo do El País


O texto revela que a população que acompanha somente pelos noticiários as barbáries sofridas pelo povo da periferia, resolva intervir numa situação já comum em muitas regiões do país, precisa acontecer na porta da sua casa, é interessante observar a visão que tem grande parte da classe média brasileira, a realidade dos pobres parece algo que existe em outro universo, "não me atinge, não me interessa", parece ser o que passa no subconsciente dessas pessoas. 

Quando a barreira entre as realidades é quebrada, "algo precisa ser feito", "não podemos mais aceitar isso", "que absurdo, no meu portão", mesmo que pareça ser uma atitude mesquinha mobilizar-se apenas "quando a água bate na bunda", como diria minha avó, é uma atitude importante para finalmente colocar um limite ao abuso de poder por parte das autoridades brasileiras. 

A certeza da impunidade torna tudo mais fácil para aqueles que acham que estão acima da lei, aliás, pior que isso, acham que são a lei, e que por isso podem agir como bem entender, a vida humana é medida pelo tamanho da conta bancária, pela quantidade de seus bens, pela influência que a pessoa tem, se esse fato tivesse ocorrido na periferia nem notícia teria virado.

Mesmo que eu seja cético que essa mobilização vá fazer alguma diferença na barbárie em que vivemos, é um marco importante, a classe média percebeu que o pobre vive no mesmo universo que o dele, e que sofre injustiças diariamente, que perdem a vida para a violência, para o frio, para as doenças, para a fome, e para o descaso que eles mesmo fazem dele, agora caiu a ficha que esse pobre é seu vizinho.

Leiam o artigo completo escrito pela repórter e documentarista Eliane Brum para o El País clicando aqui, vale muito a reflexão.

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